segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ônibus? Tô fora...

Faz quatro meses que vendi minha moto e tive que voltar para o martírio diário do transporte coletivo. Quem utiliza esse tipo de transporte no dia-a-dia conhece bem os problemas enfrentados e a maioria espera ansiosa pelo dia de se livrar da sua dependência. Alguns dirão que não é  tão ruim assim, que temos em Curitiba um dos melhores transportes públicos do país e que é preciso colaborar para melhorar o trânsito e tal...Mas, a verdade é que estamos longe de ter algum conforto e segurança, principalmente quem utiliza as linhas metropolitanas, que parecem ser menos fiscalizadas e ficam um pouco abandonadas pelas empresas operadoras. Basta ver o estado de alguns carros, que parecem ter mais de 20 anos de uso, cheiram mal e costumam dar constantes problemas, causando atrasos nos horários e deixando os usuários "na mão". Além disso, muitos motoristas devem pensar que passageiro é refém do sistema (e deve ser mesmo), pois não tem o mínimo de educação e cuidado na forma de conduzir o veículo, arrancando e freando bruscamente, sem falar na forma perigosa como provocam os condutores de outros veículos que transitam pela via. Junto com o desconforto de ser tratado como gado, ainda tem a falta de confiabilidade dos horários, que sofrem com constantes atrasos e até mesmo ausência de carros em determinados horários, oque faz o passageiro ficar plantado no ponto sem saber se seu ônibus está apenas atrasado ou se não virá. Já aconteceu diversas vezes comigo, e o pior é que algumas vezes deixamos de usar outra linha e depois temos a surpresa desagradável de constatar que realmente ele não passará. Se fosse só chegar atrasado ou ter que caminhar uns quarteirões a mais, sem problema! Mas fica-se no ponto, às vezes só, à noite e correndo risco de assaltos, que são constantes, tanto dentro como fora dos ônibus...
Fonte: http://genuflexo.blogspot.com.br/2012/02/arte-de-pegar-um-onibus.html
Com todos esses problemas, fica difícil convencer alguém a deixar o conforto do carro para virar sofredor dentro das "latas de sardinha" que têm a pretensão de nos transportar e ainda receber elogios do trabalhador que passou um dia de cão e ainda tem que encarar mais uma aventura para chegar no conforto de seu lar. O carro adianta um pouco esse conforto, mesmo que custe mais carro e demore mais para chegar (será?). Arrisco até a dizer que em trajetos curtos, com menos de 10 quilômetros, eles se equivalem, pois qualquer carro moderno faz perto de 10 km/l e a passagem custa quase o mesmo que um litro de gasolina. Se tiver onde estacionar, pra quê sofrer? Ou, então, opta-se pelas motos, que são de longe a melhor alternativa, tanto na economia como na agilidade, perdendo só em conforto e segurança (relativo, também). Esse é meu caso, que espero estar solucionado muito em breve, com a compra de outra moto, para fazer o trajeto casa-trabalho-casa e pequenos deslocamentos urbanos. Se houvesse uma infra-estrutura melhor, preços menores e mais segurança, poderia até escolher a bicicleta elétrica, que supriria minhas necessidades com total economia e praticidade, mas ainda é um sonho distante, pois não tenho coragem de investir o valor de uma moto em um veículo que sofre com a falta de respeito dos demais condutores e que pode ser furtada com certa facilidade. Por mais que seja um amante do pedal, ainda não me sinto seguro para usar a bike como meio de transporte. Espero que esse quadro mude com o tempo e trabalho dos nossos governantes, cada vez mais pressionados a tomar uma atitude que mude essa carrocracia que existe hoje, onde quem tem carro é rei, e a plebe que se vire nas "masmorras coletivas" que circulam com dificuldade no mar de veículos comprados com IPI reduzido e financiamento em trôcentas vezes sem juros...