segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Caça e Caçador


"Seo Lobo, se o senhor não sabe, tem que usar capacete,
 e a garupa também, senão o guarda multa!"
Pensando na história da Chapeuzinho Vermelho, percebemos a "injustiça" que o autor cometeu com o Lobo Mau, a começar por se referir à ele dessa forma, tachando o animal como o vilão da história, sem enxergar o seu lado. E na mesma história, o Caçador foi promovido a herói, por estragar a farra do Lobo. Se esse autor estivesse no meio da floresta, com fome, na condição do lobo, com certeza não se sentiria vilão por matar um coelho ou um cervo para comer, da mesma forma que o caçador faria. No transito acontece algo parecido, quando nos colocamos na condição de caça e de caçador ,ao mesmo tempo ou em tempos diferentes. Muitos motoristas reclamam quando são multados pelos guardas de transito, dizendo-se injustiçados, pois o guarda o persegue, não tem bom censo, inventou a multa e outras coisas que justificam seus atos. Esse mesmo motorista passa a ser pedestre quando desembarca de seu veículo, e reclama dos outros motoristas, que não dão a vez ao pedestre, fazem conversão sem usar a seta, avançam o sinal vermelho, etc. Quando volta ao veículo, continua reclamando que o pedestre não respeita nada nem ninguém, pois não pode ser multado, e não toma cuidado, atravessa fora da faixa, invade o espaço dos veículos e outros abusos. O guarda, que "persegue" os motoristas, quando tira a farda e passa a ser cidadão comum, na condição de pedestre ou conduzindo seu veículo particular, está sujeito à multa ou acidentes de transito, como qualquer um de nós. Ele passa da condição de "caçador de infratores" à "presa dos guardas e outros motoristas", mas mesmo como fiscalizador do transito, pode cometer erros, a serviço ou não; se a serviço, as consequências podem ser mais graves ainda, pois tem que dar exemplo e as punições não se limitam às que estão previstas no código de transito; podem ser maiores e ameaçar seu emprego. Ninguém gosta de perder o emprego, principalmente quando é por um erro que atinge seu prestígio, e com a popularização dos celulares com câmeras e as redes sociais, ficar famoso do dia pra noite é muito fácil. Isso é bom ou ruim? Para quem anda na linha, acho que é bom, pois ajuda a tirar de circulação os maus exemplos; por outro lado, muitos podem ser injustiçados, pois não sabemos o contexto da imagem, em que condições que o erro foi cometido. Existem motoristas infratores e motoristas que estão na condição de infratores; os primeiros procuram se dar bem sempre, não respeitando a sinalização e as regras de circulação; os outros cometem infrações por desconhecer o código de transito e por achar que não estão prejudicando ninguém. Às vezes o cidadão queixa-se de ser multado por estar numa situação de emergência, que força a infração, mas o guarda passa e multa. Talvez para o guarda, o cidadão que estacionou em local proibido pode estar apenas comprando pão, ou pode estar socorrendo alguém que passou mal, difícil saber, mas para a lei não há meio termo, é infração ou não. Bom quando dá para localizar o condutor e esclarecer o ocorrido antes de se emitir o auto, evita grandes transtornos para ambas as partes. Se o Caçador tivesse encontrado o Lobo antes de ele comer a vovó, poderia ter aconselhado ele à procurar um restaurante por quilo, poderia até dar algumas moedas ao Lobo, para que pudesse saciar sua fome de outra maneira. Mas, se o Lobo estava acostumado à uma dieta de vovozinhas e netinhas, mais cedo ou mais tarde ele seria enquadrado pela mira do Caçador.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quem está no comando?

Em uma discussão com um amigo de um fórum automotivo, entramos no assunto sobre aviação, pois ele é piloto e eu pretendo, se Deus quiser, me tornar mecânico dessas máquinas maravilhosas. Mas, apesar da paixão em comum, temos opiniões divergentes à respeito da filosofia de gerenciamento de voo, pois ele me disse que evita ao máximo voar em Airbus, porque acha que um computador não deve estar no comando da aeronave; já eu, me sentiria mais seguro sabendo que há um "cérebro eletrônico" que não deixa o cidadão na cabine fazer besteira. Não que o computador seja melhor que o piloto, mas penso que seja menos propício ao estresse, a auto-confiança exagerada ou até mesmo ao pânico durante uma situação não prevista.
Sabemos que o fator humano é o principal motivo em acidentes aéreos e os sistemas de gerenciamento de voo, utilizados por Airbus, Boeing e Embraer (com algumas diferenças) foram criados para auxiliar o piloto na difícil missão de comandar uma aeronave, diminuindo a carga de responsabilidades e prevenindo acidentes relacionados às atitudes mal avaliadas por parte do piloto. A explicação é muito complexa e extensa, mas só para ilustrar, se o piloto provocar uma atitude para a qual a aeronave não foi projetada, o gerenciador limita a ação dos comandos aplicados e não deixa que sejam ultrapassados os limites dinâmicos do avião. É o mesmo que faz os controles eletrônicos de estabilidade (ESP/ESC) dos automóveis modernos, que agora se tornará obrigatório na Europa. Esses sistemas de segurança ativa, que procuram evitar o acidente, são pouco divulgados pelos fabricantes de automóveis no Brasil, mostrando uma tendência nacional de dar pouca importância à segurança veicular, com exceção da Mercedes-Benz, que na época de lançamento e comercialização do Classe A, seu modelo de entrada no mercado nacional, fez diversas campanhas ressaltando a atuação do ESP no auxílio da condução e prevenção de acidentes. Mas, infelizmente, o consumidor brasileiro, talvez por questão cultural, não aceitou muito bem o veículo, que "assumia o comando" quando o "piloto" fazia besteira ou se via numa situação em que não tinha experiência suficiente para dominar o veículo. Essa mania do brasileiro de achar que é um "Airton Senna" acaba criando uma cultura de suicidas no volante, coisa que não vemos na Europa, onde os motoristas não pensam que são "Schummachers" e negam os auxílios eletrônicos dos automóveis modernos.
O Mercedes Classe A na sua versão inicial não é mais vendido no Brasil, mas há vários modelos que oferecem o recurso do gerenciamento eletrônico de estabilidade, infelizmente só em categorias superiores e bem mais caras, mas a tendência é popularizar o sistema, oferecendo junto com pacotes que incluam ABS, EBD, ASR, airbag duplo e, quem sabe futuramente, o sistema que mantém distância do veículo da frente (ACC) e evita atropelamentos (já sonhando alto). Só que para isso o consumidor tem que rever seu modo de comprar carros e começar à dar prioridade para a segurança, mesmo que isso sacrifique aquele sistema de som com dvd ou aquelas rodas gigantes. Ah, só queria comentar que meu amigo piloto, que não gosta de voar de Airbus, é dono de um carro com ESP, o "incherido" que fica se metendo na forma como ele dirige.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Lei da Vida

Muito se comenta sobre a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, que declarou que a URBS não poderia multar em Curitiba. A decisão foi baseada no fato de a empresa ser uma economia mista, pertencendo 99,9% à Prefeitura de Curitiba e 0,1% a iniciativa privada, que no entender dos desembargadores, é o suficiente para por em dúvida a legitimidade das autuações realizadas pela Diretan e seus Agentes de Trânsito.
Mas é interessante notar que a ação, cujo início se deu em 1995, questionava o poder do município em legislar sobre trânsito, porque na época, os ciclistas eram proibidos de circular nas canaletas de ônibus e para segurança deles havia medidas repressoras a isso, e que acabou sendo respaldado pelo novo código de trânsito. A decisão de jurisprudência do TJ baseou-se em algo que não estava em discussão no momento e se mostrou imprudente, pois deveria prever um prazo para adequação da prefeitura à determinação, sem prejuízos à circulação e segurança dos usuários das vias públicas. Mesmo com o BPTran e PM nas ruas, as infrações cresceram assustadoramente, pois em uma cidade de 1,8milhão de habitantes e 1,1milhão de veículos, não há efetivo suficiente para atender as ocorrências de trânsito e ainda fiscalizar as irregularidades. Os desembargadores não previram os efeitos que a  medida suspensiva poderia causar na prática e se limitaram a discutir a inconstitucionalidade da fiscalização da URBS, como aconteceu em São Paulo, quando o prefeito Paulo Maluf criou a lei da obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, em 1995, contrariando a constituição, na época. Quando indagado sobre o assunto, Maluf declarou: "Prefiro um inconstitucional vivo que um constitucional morto", mostrando, acima de qualquer discussão política, a preocupação com a manutenção da vida humana.
 A constituição de 1988 não se entende com o Código de Transito, que é de 1998 e acabam entrando em conflito, assim como motoristas e pedestres no trânsito, cada um defendendo seus interesses e prioridades. Se não houvesse órgãos fiscalizadores, a convivência seria muito mais difícil e perigosa, como quando há uma queda de energia e se não tiver um agente de trânsito no cruzamento sem semáforos, não há entendimento entre os motoristas. A função do agente de transito é essa, garantir o entendimento nas vias públicas, orientando motoristas e pedestres, sinalizando situações de emergência e, se for necessário, coibindo o desrespeito à sinalização e às regras de circulação, que se dá através de gestos e apito, ou através do argumento da multa. Imaginem se o juiz de futebol não tivesse o cartão vermelho, será que todos os jogadores acatariam as suas ordens? Se muitos motoristas cometem infrações porque o "guarda" não está vendo, imagine se o "guarda" não puder fazer nada então...Infelizmente o ser humano ainda não atingiu um nível de evolução que permita viver em sociedade apenas pela Lei da Educação e Respeito ao seu próximo.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Liberdade de imprensa ou reféns da Imprensa?

Os últimos acontecimentos relacionados à minha profissão e que foram noticiados pela imprensa local me fizeram lembrar do filme O Máskara, no qual o personagem vivido pelo ator Jim Carrey é traído pela repórter com cara de boazinha, mostrando um lado da imprensa que ás vezes não percebemos e acreditamos em tudo que dizem ou publicam.
 O polemico caso da proibição da URBS em fiscalizar o transito em Curitiba está sendo explorado de maneira indevida pelos jornais e noticiários, que viram aí a chance de vender a notícia, manipulando a forma como ela é apresentada ao público. Chamadas e enunciados que sugerem uma coisa e, depois, a matéria mostra (ou não) que na verdade é outra, mas quem não se aprofunda na notícia, acaba ficando com uma falsa ideia sobre aquilo. A imprensa diz aquilo que eles acham mais chamativo, sem se importar com os efeitos que isso pode causar na sociedade, como o exemplo desse caso, que se tratando de transito, pode ser muito perigoso dizer simplesmente que o órgão fiscalizador está proibido de fazer o seu trabalho. Durante minha jornada de trabalho percebi os efeitos dessa notícia "bombástica", que da noite para o dia tornou alguns cidadãos comuns, "perseguidos e injustiçados", em motoristas infratores e desrespeitadores das ordens dos agentes de transito, que agora "não podem mais nada". Infelizmente alguns motoristas param no sinal vermelho só porque a multa dói no bolso e gera pontos na carteira, não pela preocupação em não causar acidentes e ferir alguém. Isso mostra que a fiscalização é realmente necessária e os meios punitivos acabam sendo a única solução para a falta de respeito que alguns demonstram diante da vida humana. Agora, pense o que acontece quando se anuncia que ninguém mais será punido? Notei, também, que alguns veículos da imprensa estavam com o cartão do EstaR, mesmo os repórteres dizendo que a URBS não fiscalizaria mais, por que será, heim?
 Mas não dá para generalizar, pois há aqueles que se preocupam em informar de maneira correta, dando espaço para os dois lados se pronunciarem e pedindo cautela dos motoristas, pois as coisas ainda não estão definidas. Essa é a verdadeira função da imprensa, que deve ser comparada à Justiça, procurando ser sempre imparcial e não visando somente vender notícias. Acho até que deveria ser criado uma espécie de selo, algo como "Imprensa cidadã", que já existe para as empresas que põe o interesse coletivo acima do interesse particular. Aliás, o que todos nós deveríamos fazer, não só no transito, mas em todos os momentos das nossas vidas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Morte pede carona



Quando procuramos um carro para comprar, a lista de acessórios é uma das preocupações, pois todos querem ter mais conforto pagando menos. Direção hidráulica, ar condicionado, trio elétrico e outros itens que proporcionam bem estar no veículo estão entre os mais procurados e também há aqueles que o futuro proprietário deixa para instalar depois da compra, como rodas, som, alarme, insulfilme, etc., gastando razoável quantia no "brinquedo novo". Mas existem itens poucos lembrados, que as próprias concessionárias esquecem de enfatizar sua utilidade e esses itens podem fazer a diferença na vida, ou na morte, dos passageiros e condutor de um veículo.
Equipamentos como cintos de segurança, apoios de cabeça, barras de proteção laterais, airbags, estrutura deformável, são itens de segurança que tem a finalidade de minimizar os efeitos de um acidente e diminuir as lesões sofridas pelos ocupantes do veículo, mas só atuam depois que o pior aconteceu. A partir de 2014 todos os carros novos comercializados no país deveram ter obrigatoriamente airbag duplo, oque é muito bom, mas mostra o descaso das montadoras e do próprio consumidor, que não se preocupa com a própria segurança, pois se houvesse procura considerável pelo item, assim como ocorreu com os carros flex, as marcas já teriam adotado a incorporação do airbag como item de série e não esperariam por uma lei para ter essa atitude. Já tivemos no Brasil carros produzidos de série com itens de segurança ativa e passiva, que preveniam acidentes e  realmente protegiam a vida dos ocupantes, nos quais o airbag duplo, ABS, EBD, BAS e controle de estabilidade não eram opcionais, mas itens presentes em todos os modelos, protegendo todos os compradores da marca. Pena que o consumidor achou que era "muito caro" e o volume de vendas não contribuiu para a popularização desses sistemas.
A cultura automobilistica brasileira ainda sofre de falta de conhecimento e mitos como o de que "motorista bom não precisa dessas frescuras" contribui para o aumento de vítimas fatais e portadores de traumas provenientes de acidentes automobilisticos em nosso país, mas creio que com iniciativas como o projeto de lei que foi aprovado e agora obriga as montadoras à oferecer uma proteção à mais aos seus clientes e marcas que não pensam somente em lucros, mas também em  criar novas tendências de mercado e popularizar a segurança veicular, o consumidor brasileiro pense duas vezes antes de escolher entre um acessório que chame a atenção para sua "caranga incrementada" e um item de segurança que o mantenha vivo e sem maiores consequências.

Assista ao video e aprenda mais sobre sistemas de segurança ativa: http://www.youtube.com/watch?v=HWR79x1KW1A

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Intolerância nossa de cada dia

Na semana que passou, os olhos do mundo estavam voltados para as homenagens prestadas às vitimas do atentado contra as torres gêmeas no 11 de Setembro de 2001. Dez anos se passaram e o impacto ainda pode ser sentido no mundo inteiro, pois um golpe desses na principal economia do mundo não passaria despercebido, mas  o que mais repercutiu foi a maneira absurda que quase três mil pessoas morreram, vítimas da intolerância que toma conta da sociedade em que vivemos.
As guerras, as catástrofes naturais e as ipedemias já vitimaram grande parte da população mundial ao longo dos séculos, mas a intolerância racial, étnica e religiosa é algo que sempre causa grande indignação, pois pessoas, a maioria civis, morrem por motivos banais, sem outra explicação senão a falta da capacidade do ser humano em aceitar e amar outro ser humano. O maior exemplo dessa incapacidade foi, sem dúvida, o Holocausto que ocorreu durante a primeira metade do século passado, quando os regimes militares na Europa promoveram uma limpeza étnica, sacrificando milhões de vidas em campos de concentração como Auschwitz, que sozinho foi palco para a morte de cerca de um milhão de pessoas, entre elas: judeus; ciganos; poloneses; deficientes; homossexuais; intelectuais; prisioneiros de guerra russos, entre outros, que o regime nazista afirmava "contaminar a raça ariana", considerada superior ás demais. Auschwitz permanece como exemplo para as futuras gerações, não deve ser esquecida, para que tamanha crueldade não volte a acontecer.

Estrada de ferro que conduz aos portões de Auschwitz
 Muitas vezes vemos no nosso dia-a-dia pequenas manifestações de intolerância, que acabam sendo ignoradas pela sociedade, que prega a igualdade de raças, mas fecha os olhos para ataques à homossexuais, exclui os portadores de deficiências, ignora seguidores de outras religiões, e incita o confronto entre pessoas de gostos diferendes. Nossa sociedade é extremamente conservadora, preconceituosa e desumana, esconde-se atrás de politicas de cotas e só interessa-se por aquilo que a mídia promove. Cristo, na sua passagem pela Terra, não fazia distinção entre os homens por sua posição social, profissão ou nacionalidade; para Ele só havia diferenças entre os corações: o bom e o mal, o crente e o ateu, o corajoso e o covarde. Acredito que essas diferenças são o que realmente importa para todas as religiões e crenças, que pregam o amor e a caridade ao seu próximo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sem voz, não teremos paz

"Passa tudo!" Depois que você ouve essa frase, sua vida não é mais a mesma. Quem já foi vitima de assalto sabe bem todo o transtorno causado pela perda dos documentos e objetos pessoais, fazer B.O, correr atrás de segunda via de identidade, carteira de habilitação, sem falar no celular, que vai embora levando nossa agenda e boa parte de informações que utilizamos diariamente...
Mas, o pior de tudo isso é, sem dúvida, a sensação de insegurança que fica nos acompanhando no dia-a-dia. Depois de ser assaltado no onibus e, menos de uma semana depois, sofrer nova tentativa de assalto no ponto de onibus (só não levaram nada porque não havia o que levar), me vejo forçado à mudar minha rotina diária, pois a tensão constante é muito desagradável e o onibus, que para mim era vantajoso como meio de transporte para o trabalho, passa a ser uma agonia insuportável. Nossos governantes fazem campanha para que a população opte pelo transporte coletivo, modernizam os terminais, investem altas quantias para dar um aspecto de meio de transporte confortável e rápido, mas não fazem investimentos em segurança. A simples instalação de cameras, que poderia inibir a ação dos bandidos e ajudar a policia na identificação dos mesmos, fica paralisada porque ninguém sabe quem vai pagar a conta; o efetivo da policia não é suficiente para estar em todos os lugares, mas iniciativas bem planejadas, como o grupo tático velado (GTV), que ajudou a diminuir o número de assaltos à onibus a alguns anos atrás, mostra que não é preciso muito investimento para obter resultados consideráveis. Ações conjuntas entre policia civil, militar, guarda municipal e população poderiam resultar em expressiva diminuição do índice de criminalidade, que a cada dia está maior e se espalha por toda parte.
Todos nós pagamos impostos, pagamos a tarifa de transporte e ainda temos que pagar para obter novamente os documentos que foram roubados. Você já parou para pensar o quanto gastamos com medidas de segurança, que vai desde um simples cadeado até sistemas monitorados de vigilância privada, e que deveria ser dever do estado proporcionar aos cidadãos? Enquanto se discute de quem é a culpa da falta de policiamento, da falta de cameras nos onibus e da falta de iniciativa para diminuição da criminalidade, o trabalhador continua pagando um alto preço para ir ao trabalho, tendo que sofrer ameaças por parte dos marginais e não sabendo se retorna em segurança para o seu lar. Se não buscarmos os meios de comunicação para fazer valer nossa voz, continuaremos sendo alvo do descaso dos nossos governantes, que ficam no jogo de "empurra-empurra" e nunca tomam atitudes realmente eficientes para solucionar o problema. Clique no link e veja a reportagem:
http://g1.globo.com/videos/parana/v/medo-e-muitos-boletins-de-ocorrencia/1617395/#/ParanáTV1/Curitiba/20110902/page/1

domingo, 28 de agosto de 2011

O Largo da Ordem

Talvez poucos lugares sejam tão cheios de novidades como o Largo da Ordem e sua tradicional feira que acontece aos domingos pela manhã. Não lembro muito bem, mas provavelmente já faz quase dez anos que visito o local, ás vezes até mais de uma vez por mês, e a cada visita sempre há algo novo e surpreendente para ser visto. Não me canso de fotografar as cenas da feira; seja uma borboleta que pousou em flor artificial por engano ou um casal de pombos que namoram tranquilamente no beiral da igreja, as curiosidades e os personagens são bem variados.
Entre alguns dos personagens do Largo da Ordem, o mais famoso e carismático é, sem duvida, o gato Bóris, que pode ser visto no sebo Trovatore e que foi até estrela do Casos e Causos da Revista RPC. Bóris resolveu dar um susto em todos que tem grande estima por ele, desaparecendo no dia 7 de Agosto, durante a feira; depois de se livrar de sua coleira de identificação, foi parar no bairro do Xaxim e após onze dias fora, foi devolvido pela pessoa que o encontrou e ficou sabendo da busca de seus donos por meio da mobilização via redes sociais que se formou para ajudar nas buscas. Hoje quando entrei no sebo até me senti mal quando vi sua cama vazia, mas minha esposa não aguentou a expectativa e perguntou sobre o fujão, que para nosso alivio já estava de volta.
Na última postagem falei sobre a importância dos registros fotográficos, e foi através das fotos vinculadas na Internet que a história do Bóris teve um final feliz, um exemplo da verdadeira utilidade dessa ferramenta que quando bem usada, gera resultados surpreendentes. Quem quiser conhecer o Bóris, acesse o vídeo no youtube:http://www.youtube.com/watch?v=CnqQReZB5OM

sábado, 27 de agosto de 2011

Mais vale uma foto...

...do que mil palavras. Esse ditado está parcialmente correto, pois muitas vezes uma imagem abrevia um longo relato. Mas mesmo assim há coisas que só a escrita é capaz de transmitir. Até a invenção da fotografia, só havia a escrita, a pintura e os relatos que passavam de boca em boca e davam continuidade as tradições e costumes dos povos. A pintura é uma arte maravilhosa, mas só possível para quem tem o dom artístico, e os relatos falados acabam se perdendo com o tempo, então a escrita é a melhor maneira de preservar aquilo que não foi fotografado, pintado ou filmado.
Muitas vezes me arrependi de não ter fotografado algo, mesmo que a luz não fosse a ideal ou que o ângulo não fosse favorável, já deixei de fotografar por não ter a camera em mãos no momento, ou por achar que aquilo estaria ali para sempre, esperando a hora ideal para o registro...Pois é, nada dura pra sempre, e quando a gente menos espera, é surpreendido lembrando as imagens que eram tão normais no nosso dia-a-dia. Pode ser uma pessoa, que se foi ou simplesmente perdemos o contato, os filhos que cresceram, um imóvel que foi demolido, o bairro que se transformou...Dá vontade de entrar numa máquina do tempo e voltar lá atrás apenas para registrar o momento, mas só sobrou a lembrança na memória, que, infelizmente, ainda não dá para fotografar. Mas dá para relatar em um texto, seja manuscrito ou em um blog, que todos vão ter acesso, compartilhar, opinar e conservar por tempo indeterminado.


Casa Polonesa em São José dos Pinhais, que fica em frente ao estabelecimento
onde trabalhei por muitos anos, e que agora será vendida e provavelmente demolida
para dar lugar á imóveis mais modernos, acompanhando o progresso da cidade.
 Depois de ser surpreendido várias vezes pela ausência de cenas do cotidiano, que para mim era normal e que agora só existem na minha lembrança, decidi que vou fotografar mais: pessoas, casas, lugares... mesmo que sejam comuns, mas que fazem parte do meu mundo e que desejo tê-los mais tempo comigo. Aquilo que não fotografei que não existe mais, procurarei escrever sobre, antes que a memória se vá, e que o vazio fique. Tenho certeza que muitos se identificarão com esse texto e que refletirão sobre tudo que deixaram passar sem registro. Ainda dá tempo de preservar a memória, essa maravilhosa máquina de registrar que Deus nos deu, mas que não dura pra sempre...

sábado, 20 de agosto de 2011

Traças de Livros

Nos dias de hoje muito se discute sobre o futuro dos livros. Com a popularização dos tablets, ipads, iphones e outras maneiras de ler textos digitais, é certo que os livros se tornaram uma mídia um tanto obsoleta e que perderá cada vez mais espaço no mercado, mas o passado do livro é algo incontestável, e até que se digitalize tudo que foi escrito até hoje, as bibliotecas continuarão sendo fonte inesgotável de informação para quem procura se aprofundar em determinados assuntos.
Esta semana resolvi renovar minha carteirinha na biblioteca pública de São José dos Pinhais, pois sabia que lá havia um livro muito bom sobre causos e lendas do município. Esse livro, de título "Tertúlia", é uma coletânea de causos e lendas de autores que participaram de um concurso municipal em 1996, e também há bom material fotográfico que ilustra os lugares e personagens das histórias populares, misturando ficção e realidade, fazendo o leitor, principalmente os sãojoseenses que conhecem esses lugares, se perguntarem se realmente aquilo é ficção.
Esse é apenas um exemplo de material que ainda não está disponível na web, e quem quiser usufluir desse mundo incrível, tem que tirar o traseiro da frente do computador e partir para a "pesquisa de campo", frequentar bibliotecas, museus e sebos, não ter preguiça de folhear os livros em busca do material pretendido e se tornar uma autentica "Traça de livros".Garanto que vale a pena!

Porque criar um blog

Decidi criar um blog para compartilhar um pouco das minhas idéias, experiências e opiniões. A intenção não é ser fiel a realidade ou o mais politicamente correto. Se alguém tiver alguma opinião divergente ou informações mais precisas, serão todas bem vindas. Também peço paciencia com os erros, pois ainda não estou totalmente habituado com a infinidade de recursos que a web nos proporciona. Obrigado a todos que disponibilizarem seus preciosos minutos para prestigiar esse blog!