sábado, 21 de janeiro de 2012

Geração Ctrl C, Ctrl V

"Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego"

Para inserir esse trecho do hit do momento, precisei apenas de dois comandos: Copiar/colar; ou ctrl c/ctrl v. O cantor Michel Teló com certeza também não teve muita dificuldade para fazer o mesmo e com a ajuda de seu talento na interpretação, mais o carisma dos jogadores de futebol, conseguiu o sucesso que todos conhecemos. Copiar ou reaproveitar coisas não é um costume novo, mas parece que atualmente isso está ganhando uma força enorme; com a ajuda da internet e as redes sociais, que disseminam idéias com um simples clique em "compartilhar", uma música, um vídeo, uma foto ou simplesmente uma frase, podem ganhar o mundo através do Twitter, Facebook ou similares.Foi assim com a Luíza, que adquiriu fama da noite para o dia, sem mexer uma palha ou mesmo pedir isso.
O compartilhamento de idéias pode ser muito bom, pois muita coisa que antes só tínhamos acesso através da televisão, rádio ou jornais e revistas, agora ficam disponíveis para consulta a hora que quisermos, sem precisar esperar pela programação ou sair de casa para comprar. Notícias, vídeos, fotos, músicas, informações, programas, jogos, etc. estão lá, esperando seu clique, para baixar e copiar quantas vezes quizer, sem pagar nada pelos direitos autorais. Para quem baixa, ótimo, mas para quem queimou as pestanas para criar, nem sempre é tão vantajoso. Não estou querendo dizer que o controle ou proibição dos downloads é bom, como sugeria a SOPA, mas com certeza deve ser usado de maneira consciente, até porque começamos a viver em um mundo de clones, cópias ligeiramente modificadas, que não deixam de se tornar repetitivas e para isso basta observar a indústria automotiva, que vive do reaproveitamento, reeditando veículos seus e de outras marcas, apenas mudando uma coisinha ali, outra aqui, troca-se o logotipo e se dá um novo nome (alguns nem são tão novos assim). O consumidor compra um carro de uma marca e depois descobre que existe um clone de outra marca, às vezes até com preço melhor. Essa onda de copiar se estende à industria de eletrodomésticos, celulares e outras coisas; quem diga isso são os chineses, especialistas em copiar e baratear tudo que cai em suas mãos.
Os estudantes também descobriram o poder do copiar/colar para seus trabalhos escolares, não precisando mais pensar tanto assim; lembro do tempo que eu estava no colégio e tinha que ir à biblioteca, encontrar o livro, xerocar, ler e resumir com minhas palavras aquilo que entendi do texto, pois os professores não aceitavam simplesmente cópias manuscritas e faziam a gente apresentar o trabalho diante da classe. Isso ajudou a tomar gosto pela redação e agora estou aqui, tentando passar através desse blog algo que seja só meu, de minha autoria e sem copiar a idéia dos outros. Já observei que alguns blogs também são adeptos do ctrl c/ctrl v, mas aí acho que seria mais fácil apenas copiar o link, citar o autor e não fingir que está criando algo novo. O que é bom pode e deve ser divulgado, mas o mínimo que devemos fazer é respeitar a pessoa por trás do teclado, ou você acha que é fácil encher um espaço em branco utilizando todas as teclas do teclado?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Poder da Virada

Pode parecer que está um pouco tarde para falar de virada, já que o réveillon foi á dez dias atrás, mas para mim, a exatamente doze anos, iniciou-se a virada na minha vida. Lembro que quando estava para entrar o novo milênio, comentava-se sobre fim do mundo, bug do milênio e outras coisas que o povo gosta de exagerar, porém pra mim não havia nada de diferente em apenas mudar um dígito do calendário: saía o 1 e entrava o 2, simples assim. Pensava que isso não poderia influenciar de maneira alguma minha vida, tanto que no dia 31 de Dezembro de 1999, às vinte e três horas e mais alguma coisa, eu estava dormindo, sem vontade nenhuma de comemorar.
Naquele ano, minha vida estava um tanto sem perspectiva, não tinha muita motivação para o ano que iria começar: meu emprego não era aquilo que eu gostava de fazer; estava enfrentando algumas mudanças na minha rotina que me afastou de meus amigos e as coisas que mais gostava de fazer; e ainda não havia encontrado alguém para compartilhar minhas alegrias e decepções. O ano 2000 não prometia grandes mudanças, pensava eu, mas logo nas primeiras semanas, iniciou-se uma série de acontecimentos que mudaria radicalmente a minha vida. Começou por uma proposta de emprego, que aceitei mesmo sem saber no que daria, pois era pra trabalhar com aquilo que mais gostava: motos. Foi meu primeiro emprego com carteira assinada, oque me deu coragem para entrar num consórcio de uma moto e para minha surpresa, fui contemplado no segundo sorteio! No mês de Fevereiro, o segundo acontecimento: comecei a namorar, depois de alguns meses, juntamos as "trouxas" e fomos morar juntos. Uma loucura, em todos os sentidos. Mas foi muito bom, éramos "casalzinho novo", com uma moto zerinho, tinha recém tirado a habilitação e todo final de semana havia algo para fazer. Viajamos para várias cidades próximas, frequentamos todas as festas que ficamos sabendo, curtimos muito, como se fosse uma lua-de-mel sem fim. E logo descobrimos que a família iria aumentar muito em breve.
Morretes, agosto de 2000
A partir do momento que soubemos que teríamos um filho, aliás, filha, aí a ficha caiu. Comecei o ano só com meus pais, me sentindo um tanto só, sem grande esperança de mudança, e agora já sabia que seria pai! Minha vida nunca mais seria igual, teria minha própria família, pessoas que dependeriam de mim. A chegada do bebê estava marcada para Janeiro, talvez próximo do meu aniversário e como seria uma menina, escolhi o nome: Brenda. O ano de 2001 prometia muito mais que o anterior e não via a hora de comemorar com minha família todas as conquistas daquele ano. Mas, em Novembro, enquanto passeava com minha esposa e fazia planos para a chegada do bebê, talvez por causa daquele clima de festa e encantamento com as luzes do Natal, eis que a última surpresa do ano acontece: a Brenda resolve se adiantar e no dia 29 de Novembro de 2000, já nos conhecíamos na UTI neonatal do hospital N. Sra do Rosário. Claro que foi uma surpresa cheia de aflições e sofrimento, pois ela era muito pequena e requeria muitos cuidados, mas com muito esforço e dedicação, no Natal já estávamos todos reunidos. A partir daí, então, nunca mais duvidei do poder da mudança que se dá na virada de ano, mesmo que não tenhamos espectativas e planos, o destino pode nos reservar muito mais do que poderíamos sonhar...