sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cuidando do passado para garantir o futuro

Mural retratando a praça 8 de Janeiro, em 1900. Podemos ver a antiga igreja, os casarões em torno da praça, araucárias e palmeiras. Hoje, oque sobrou dos casarões está oculto pelos painéis das lojas e do comércio local. foto:http://deconvivium.blogspot.com.br/ 
Andando hoje pela praça 8 de Janeiro aqui em São José dos Pinhais, fiquei pensando o quanto essa cidade mudou, totalmente diferente da imagem de 1900, retratada no painel em frente à igreja. Nossa igreja já não é mais a mesma, os casarões da r. XV de novembro estão totalmente descaracterizados e muitos nem existem mais, substituídos por sobrados e imóveis modernos. Os que permanecem em pé, tiveram suas fachadas cobertas por painéis do comércio, que não se importa em conservar a memória do município, pensando só em chamar a atenção e aumentar as vendas e os lucros. Talvez esse comportamento esteja completamente equivocado, pois cria uma imagem desagradável da paisagem e nem chama mais a atenção de quem passa pelo local. Se fossem conservadas as fachadas originais dos imóveis antigos, a imagem seria muito mais agradável, chamando a atenção não só dos moradores do município como também quem está de passagem, despertando o desejo de fotografar e de voltar futuramente. Seria um grande incentivo ao turismo, que movimentaria o comércio e ajudaria o município a crescer, como já acontece em muitas cidades do estado, como a cidade histórica da Lapa, Castro, Antonina e até mesmo Curitiba, que apesar de seu desenvolvimento, ainda conserva imóveis e lugares históricos, visitados por turistas do mundo todo. São José dos Pinhais poderia ter muitas atrações turísticas, pois tem uma história repleta de acontecimentos interessantes e muitas belezas naturais, mas que não são exploradas. Está certo que temos o caminho do vinho, atrativo turístico já consagrado em nosso município, mas não podemos ficar só nisso; temos as colônias Marcelino, Castelhanos, Murici, Accioli e muitas outras que poderiam receber incentivos para investir no turismo rural, como faz Piraquara, Campo Magro, Araucária e outras cidades da região metropolitana, que criaram rotas de turismo rural e que são sucesso, movimentando a economia local. Parece que aqui a coisa começou a "deslanchar" agora, pois antes não havia investimento algum por parte da administração pública. Com a criação da lei de incentivo à conservação do patrimônio histórico em São José dos Pinhais, temos a esperança de não ver mais prédios históricos sendo demolidos para dar lugar a imóveis modernos, ou simplesmente abrindo espaço para estacionamentos particulares. Pena que essa lei veio um tanto tarde, mas é um grande avanço e que pode mudar o modo de pensar de algumas pessoas, que gostam de dizer que "quem vive de passado é museu". Não podemos nem devemos deter o progresso, mas se não temos memória e não conhecemos nossas origens, como poderemos saber quem somos e para onde queremos ir? Moderno e antigo podem conviver harmoniosamente, embelezando ainda mais nossa cidade e trazendo pessoas para conhecer nossa história e, quem sabe, fazer parte do nosso futuro.
Projeto de revitalização do centro de vivência João Senegaglia. fonte: prefeitura de São José dos Pinhais

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Um comentário:

  1. Belo texto, Adilson. Vejo que tomou gosto por bloggar. Adorei se texto, e muito boa a sua observação. Só ressalto, que essa lei de incentivo a preservação do Patrimônio, infelizmente vem na "pior hora". Se a preocupação do poder publico fosse mesmo preservar, teria seguido a indicação do conselho municipal de cultura e não derrubado o antigo casarão. Creio que a nova lei é uma tentativa de apagar o erro, e transferir para a iniciativa privada o "problema" de preservar.
    Já que não da mais pra voltar a traz, vamos torcer para que o melhor dessa atitude seja aproveitada. a uma frase velha que diz, sem passa não há futuro.
    Alem do imoveis, preservar a historia do município. Fui a poucos dias, ao museu municipal, Se tiver a oportunidade de uma passada. Lembro quando era criança de cansar de tanto andar no museu, hoje ocupa 5 salas, poucos material, moedas, armas e equipamentos médicos antigos não estão lá, nem a obra de arte do Seixas Peixoto que por um longo tempo enfeitou o salão dos atos na antiga sede da prefeitura está no museu, o porão não pode ser mais visitado, o que vemos é um grande painel. Fique decepcionado.
    Abraços.

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