sábado, 27 de agosto de 2011

Mais vale uma foto...

...do que mil palavras. Esse ditado está parcialmente correto, pois muitas vezes uma imagem abrevia um longo relato. Mas mesmo assim há coisas que só a escrita é capaz de transmitir. Até a invenção da fotografia, só havia a escrita, a pintura e os relatos que passavam de boca em boca e davam continuidade as tradições e costumes dos povos. A pintura é uma arte maravilhosa, mas só possível para quem tem o dom artístico, e os relatos falados acabam se perdendo com o tempo, então a escrita é a melhor maneira de preservar aquilo que não foi fotografado, pintado ou filmado.
Muitas vezes me arrependi de não ter fotografado algo, mesmo que a luz não fosse a ideal ou que o ângulo não fosse favorável, já deixei de fotografar por não ter a camera em mãos no momento, ou por achar que aquilo estaria ali para sempre, esperando a hora ideal para o registro...Pois é, nada dura pra sempre, e quando a gente menos espera, é surpreendido lembrando as imagens que eram tão normais no nosso dia-a-dia. Pode ser uma pessoa, que se foi ou simplesmente perdemos o contato, os filhos que cresceram, um imóvel que foi demolido, o bairro que se transformou...Dá vontade de entrar numa máquina do tempo e voltar lá atrás apenas para registrar o momento, mas só sobrou a lembrança na memória, que, infelizmente, ainda não dá para fotografar. Mas dá para relatar em um texto, seja manuscrito ou em um blog, que todos vão ter acesso, compartilhar, opinar e conservar por tempo indeterminado.


Casa Polonesa em São José dos Pinhais, que fica em frente ao estabelecimento
onde trabalhei por muitos anos, e que agora será vendida e provavelmente demolida
para dar lugar á imóveis mais modernos, acompanhando o progresso da cidade.
 Depois de ser surpreendido várias vezes pela ausência de cenas do cotidiano, que para mim era normal e que agora só existem na minha lembrança, decidi que vou fotografar mais: pessoas, casas, lugares... mesmo que sejam comuns, mas que fazem parte do meu mundo e que desejo tê-los mais tempo comigo. Aquilo que não fotografei que não existe mais, procurarei escrever sobre, antes que a memória se vá, e que o vazio fique. Tenho certeza que muitos se identificarão com esse texto e que refletirão sobre tudo que deixaram passar sem registro. Ainda dá tempo de preservar a memória, essa maravilhosa máquina de registrar que Deus nos deu, mas que não dura pra sempre...

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