quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia de Guidão

Hoje precisei ir até o centro de Curitiba resolver alguns assuntos, então decidi ir de moto, pois eram vários lugares e de ônibus ficaria complicado. Saí de casa pouco antes das nove da manhã e peguei a Av. das Torres, que depois vira Com. Franco; até o viaduto da linha verde foi tranquilo, mas logo depois já havia grande quantidade de carros no semáforo seguinte. Para quem está de moto não é problema, é só pegar o corredor e sair na frente, mas de carro isso significa alguns minutos a mais, pois são uns dois ou três ciclos para conseguir passar. Com a trincheira da R. Guabirotuba é para melhorar, mas logo em seguida há o Viaduto do Colorado, outro gargalo que até de moto é complicado; os carros ficam bem juntos, estreitando o corredor e há muitos ônibus. Passo ao lado de um "carrão", o "tiozinho" ouvindo música, com o braço pra fora, não sabe o perigo que é, tanto de um motoqueiro louco bater nele, como de um trombadinha levar seu Rolex (ou coisa parecida).  Assim nem blindado adianta, né tio?
Trânsito na Com. Franco (Av. das Torres) - foto: Linel Filho
Primeira parada, Rodoferroviária; sempre tem vaga pra motos, já para os carros...Resolvo rápido e vou para a  Mal. Deodoro; aqui o bicho pega, com as vagas de motos todas lotadas. Quando acha um espacinho, tem que pagar a caixinha dos guardadores. Até parece que quem usa moto pode ficar dando gorjeta; já ando de moto pra economizar! Vou para as transversais, também não tem vaga. Na André de Barros tá mais tranquilo, mas aí são três quadras de distância para onde eu quero ir. Não que eu me importe de caminhar, até tô precisando,  mas fico imaginando no ponto em que chegamos; a moto, que é um veículo para agilizar os deslocamentos, já sofre com a saturação do nosso trânsito, pois não tem onde estacionar. Se for pra fazer a coisa certa; não utilizar vagas de motofrete (que ficam vazias o dia todo) e não parar onde não deve, o motoboy não cadastrado acaba perdendo várias corridas; deve ser uma forma de forçar uma procura pela legalização do serviço, apesar das exigências um pouco custosas. Vejo o pessoal com as cargueiras, transportando água e outras coisas; todos moleques novinhos, encarando o trânsito selvagem de peito aberto, a lei ainda não os enxergou; quando um for parar debaixo de um biarticulado, daí vão tomar providências. Outros que não sofrem as restrições do CTB, são os entregadores de bebidas, com suas carretinhas elétricas. Ôpa, se é elétrica, não é propulsão humana, então não poderia transitar e estacionar sobre o passeio, mas também não oferece risco, apesar de atrapalhar um pouco. Na volta, sigo pela  Mal. Floriano Peixoto, pensando que no lugar das vagas de estacionamento ao lado da canaleta, poderia haver uma ciclofaixa, com 1,5m de largura, separada por uma barreira física que impedisse os automóveis de invadi-la; talvez os ciclistas parassem de usar a canaleta. Onde colocaria o estacionamento? No lado direito, ou nas transversais, ou sei lá, isso não é problema da prefeitura, é problema de quem insiste em deixar um bem particular ocupando um espaço público (também tenho carro).
Chego em casa pelas onze horas e fico pensando como sou privilegiado por trabalhar em um horário que não seja o de pico. Só o fato de não enfrentar esse estresse diário do transito já melhora muito a qualidade de vida, e gostaria de poder usar mais a bike  nos meus deslocamentos, pois ela diminui as preocupações com multas, estacionamento, custos de manutenção...mas ainda não temos uma rede de ciclovias que permita grandes deslocamentos e nossa legislação não facilita a vida de quem pretende adquirir uma bicicleta elétrica, que é enquadrada como ciclomotor, tendo que ser conduzida por pessoa habilitada, usando capacete motociclístico (!) e seguindo todas as regras de circulação do CTB; sem falar no preço delas, próximo de uma moto 0km. Acredito que ainda surgirá um político peitudo, que dará um basta nisso e fará uma revolução no trânsito e nas nossas vidas, tirando a preferencial dos carros e dando às bikes, até porque isso ajudará na sua carreira política, mesmo havendo chiadeira dos carrólatras no início. Mas depois todos saem ganhando, até quem não larga o osso, digo, volante.

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