sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Liberdade de imprensa ou reféns da Imprensa?

Os últimos acontecimentos relacionados à minha profissão e que foram noticiados pela imprensa local me fizeram lembrar do filme O Máskara, no qual o personagem vivido pelo ator Jim Carrey é traído pela repórter com cara de boazinha, mostrando um lado da imprensa que ás vezes não percebemos e acreditamos em tudo que dizem ou publicam.
 O polemico caso da proibição da URBS em fiscalizar o transito em Curitiba está sendo explorado de maneira indevida pelos jornais e noticiários, que viram aí a chance de vender a notícia, manipulando a forma como ela é apresentada ao público. Chamadas e enunciados que sugerem uma coisa e, depois, a matéria mostra (ou não) que na verdade é outra, mas quem não se aprofunda na notícia, acaba ficando com uma falsa ideia sobre aquilo. A imprensa diz aquilo que eles acham mais chamativo, sem se importar com os efeitos que isso pode causar na sociedade, como o exemplo desse caso, que se tratando de transito, pode ser muito perigoso dizer simplesmente que o órgão fiscalizador está proibido de fazer o seu trabalho. Durante minha jornada de trabalho percebi os efeitos dessa notícia "bombástica", que da noite para o dia tornou alguns cidadãos comuns, "perseguidos e injustiçados", em motoristas infratores e desrespeitadores das ordens dos agentes de transito, que agora "não podem mais nada". Infelizmente alguns motoristas param no sinal vermelho só porque a multa dói no bolso e gera pontos na carteira, não pela preocupação em não causar acidentes e ferir alguém. Isso mostra que a fiscalização é realmente necessária e os meios punitivos acabam sendo a única solução para a falta de respeito que alguns demonstram diante da vida humana. Agora, pense o que acontece quando se anuncia que ninguém mais será punido? Notei, também, que alguns veículos da imprensa estavam com o cartão do EstaR, mesmo os repórteres dizendo que a URBS não fiscalizaria mais, por que será, heim?
 Mas não dá para generalizar, pois há aqueles que se preocupam em informar de maneira correta, dando espaço para os dois lados se pronunciarem e pedindo cautela dos motoristas, pois as coisas ainda não estão definidas. Essa é a verdadeira função da imprensa, que deve ser comparada à Justiça, procurando ser sempre imparcial e não visando somente vender notícias. Acho até que deveria ser criado uma espécie de selo, algo como "Imprensa cidadã", que já existe para as empresas que põe o interesse coletivo acima do interesse particular. Aliás, o que todos nós deveríamos fazer, não só no transito, mas em todos os momentos das nossas vidas.

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