sábado, 7 de abril de 2012

O Preço da Vida

Qual seria o preço de uma vida? Muitos dirão que a vida não tem preço, mas acho que tem e que nem sempre estamos dispostos a pagar esse preço, seja monetário ou comportamental. Muitas vezes economizamos em coisas que podem garantir nossa segurança, para gastar em outras que nos trazem conforto ou satisfação; em outras, deixamos de ter cuidados com a segurança por questão de hábitos, ou a falta deles. Só lembramos que segurança se obtêm através da eterna vigilância quando é tarde demais, ou quando somos lembrados de maneira desconfortável, por uma repreensão ou por presenciar um acidente.
Hoje, quando voltava para casa após o trabalho, passei por um acidente que não fazia muito tempo que tinha ocorrido; os veículos ainda estavam no local e um deles havia capotado. Quando cheguei em casa, fiquei sabendo que houve a morte do motorista do veículo capotado, porque não usava o cinto de segurança. Esse senhor de 76 anos conduzia um Mercedes-Benz Classe A, um dos veículos mais seguros do mundo, mas que não tem a capacidade de fazer milagres, quando seus ocupantes não observam as normas de segurança e deixam de usar o cinto. Talvez ele nem soubesse disso e comprou o carro por outros motivos que não fosse a segurança; talvez soubesse e fez o investimento justamente na segurança. Talvez esse senhor nunca usou cinto na sua vida, porque achava desnecessário ou porque incomodava; talvez só deixou de usar hoje, por pressa ou esquecimento. Ele pagou um preço pelo veículo e por sua manutenção, que não é barata (mas vale o investimento); mas deixou de pagar o preço do cuidado de colocar o cinto. Se tivesse sido multado em 127,69 reais, por deixar de usar o cinto, talvez estivesse vivo; talvez nem pelo valor, mas pelos pontos e o medo de perder a carteira. O preço da multa se torna tão pequeno diante do beneficio que ela traz, pois esse senhor deveria ter pessoas que o amavam: filhos, netos, esposa e familiares que vão sentir a sua falta; poderia viver com eles mais alguns anos, dando e recebendo alegrias. Maneira trágica de deixar esse mundo, que infelizmente está se tornando cada vez mais comum. Antes as pessoas morriam de velhice, de doença, em guerras ou catástrofes naturais; hoje morrem no trânsito.
Acidentes acontecem, mas podem ser evitados, ou ter seus efeitos amenizados, por observação de medidas de segurança e atitudes seguras, como a compra de um carro moderno e com itens de segurança indispensáveis, porém devem ser usados de maneira correta para garantir sua eficiência. Tudo na vida tem regras para ser feito ou usado de maneira segura, desde um simples utensílio doméstico, como uma faca ou garfo, até uma máquina moderna e veloz, como um carro ou avião. Cabe a nós conhecer e respeitar essas regras, para não ficar sem um dedo um encurtar nossa vida de maneira desnecessária. Segurança é um exercício diário, que cria  um modo de pensar e hábitos em quem os pratica, e que pode até ser tachado de chato ou medroso por alguns, mas é a mais pura demonstração de inteligência e instinto de sobrevivência.

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