domingo, 15 de abril de 2012

Questão de escolha

"Deus não impõem a nenhuma alma uma carga superior às suas
 forças. Beneficiar-se-à com o bem quem o tiver feito e sofrerá
 mal quem o tiver cometido."

Era para ser um post sobre a bicicleta e o Fórum Curitiba de Trânsito, que ocorreu na última quinta-feira (12), do qual eu participei e saí parcialmente satisfeito ( explicarei o porquê futuramente), mas uma visita a uma mesquita me fez mudar um pouco o foco do assunto. O que será que bicicleta teria haver com religião? Acho que muita coisa, pois religião e meio de transporte podem ser escolhidos ou impostos. Você pode nascer católico e pobre, ter que seguir a religião que seus pais seguem e ter que andar de ônibus por pura falta de opção. Mas, um dia você se torna senhor de sua vontade, trabalha e ganha seu próprio dinheiro, pode escolher oque fazer de sua vida. Aí você opta por ter um carro, moto ou bicicleta. Você pode escolher se continua frequentando a igreja que seus pais o levavam quando criança, ou muda para outra religião que atenda melhor os seus anseios. Independente de sua escolha, você está seguindo oque seu coração manda, quer que outras pessoas respeitem isso e o deixem seguir sua vida em paz, mas não é isso que acontece e a única palavra que define isso é INTOLERÂNCIA. Nós nos achamos no direito de interferir nas escolhas alheias, de criticar oque os outros decidem para si mesmos, mas não gostamos quando isso acontece conosco. Tentamos freqüentemente impor nosso ponto de vista, dizemos que somos melhores por seguir determinada religião, ou porque temos um carro do ano. Será que realmente estamos certos que a religião escolhida é a mais correta? Será que somos mais ricos porque conseguimos comprar um carro 0Km? Já parou para se perguntar se quem anda de bicicleta faz isso porque não pode ter um carro, ou por pura e simples opção? Quando estamos atrás de um volante, achamos que somos os reis do trânsito, que a rua é nossa e que pedestres e ciclistas são invasores do espaço que é, por direito, dos carros. No fórum aprendi que somos todos pedestres "vestidos" de carro. 
Voltando a questão da religião, se não aceitamos a escolha do nosso próximo, como podemos exigir que aceitem a nossa? Como podemos querer guiar o outro se nem sabemos se estamos no caminho correto. Aliás, me atrevo a dizer que a partir do momento que não aceitamos as diferenças religiosas, culturais, raciais e outra qualquer, já estamos no caminho errado. Intolerância é um dos motivos de tantas mortes no mundo, seja por guerras étnico-religiosas; seja por conflitos sociais no trânsito. E não são mortes objetivas,  em busca de poder ou riqueza, mas por intolerância e imposição de crenças. Hoje, dentro daquela mesquita, senti uma paz enorme, pois aquelas pessoas que sabemos tão pouco sobre seus costumes e crenças, nos receberam de braços abertos e com extrema cordialidade. Respeitar seus costumes era o mínimo que poderia fazer para retribuir. Sei que existem extremistas fanáticos, capazes de matar para impor sua religião, e não é exclusividade de uma religião, pois tanto no ocidente como no oriente ocorreram diversos massacres em nome da fé. E os massacres continuam acontecendo, todos os dias, no mundo inteiro. Matamos não só a carne, mas o espírito, ignorando nosso irmão, porque ele anda de bicicleta, a pé ou de ônibus; porque torce para outro time; porque é de cor diferente; porque veste farda; porque é de fora. Ignoramos a essência humana, que nos faz todos iguais, por causa de diferenças muitas vezes externas. Rotulamo-nos e achamos que isso nos faz diferentes perante Deus e os homens, mas esquecemos que oque nos faz diferentes é aquilo que está em nossos corações e mentes, e é isso que determina se somos bons ou ruins; se merecemos o respeito dos nossos irmãos e o perdão do nosso Deus.

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